sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Operários decidem manter greve em obras do Maracanã




Grevistas reivindicam aumento do valor do vale-refeição, plano de saúde e elevação do piso salarial

19/08/2011





Da redação



Os operários das obras de modernização do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, decidiram, na manhã desta sexta-feira (19), continuar em greve por tempo indeterminado.

Os cerca de dois mil grevistas reivindicam aumento do valor do vale-refeição, plano de saúde para os trabalhadores e seus familiares e elevação do piso salarial.

Durante assembleia realizada nesta manhã, foram apresentados os resultados da reunião que aconteceu entre o Consórcio Maracanã e os trabalhadores. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada intermunicipal do Rio de Janeiro (Sitraicp), os funcionários conseguiram o plano de saúde para os trabalhadores a partir de 1º de setembro e aumento de R$ 10 na cesta básica, valor considerado insuficiente pela categoria.

Os trabalhadores iniciaram o movimento na quarta-feira (17), depois da explosão de um tonel com produtos inflamáveis, que feriu o ajudante de produção Carlos Felipe da Silva Pereira. O operário foi atirado a dois metros de distância e sofreu queimaduras e um traumatismo no joelho.

Na segunda-feira (22), os operários se reunirão para mais uma assembleia, às 7h, no portão 13 do estádio. Já na terça-feira (23), um perito fará vistoria no local para averiguar as condições de trabalho na obra.

Iniciadas em agosto do ano passado, as obras do Maracanã estão orçadas em aproximadamente R$ 1 bilhão e a data de entrega está prevista para o final de 2012. Em 2013, o estádio vai receber a Copa das Confederações e no ano seguinte sediará a final da Copa 2014.



Foto: Agência Brasil
Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/7201

quinta-feira, 21 de julho de 2011

"Há 30 anos, renovação sindical e Conclat"

http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=4143&id_coluna=11


"Há 30 anos , em 15 de julho de 1981, o movimento de oposição à diretoria do Sindicato dos Professores de Campinas e região- SINPRO,assumiu a direção da entidade. Foram necessários cinco anos de luta constante, para que este objetivo fosse alcançado. Vivíamos um momento conjuntural, ainda com o país mergulhado na ditadura iniciada com o golpe militar de 1964. O Presidente da República era o General João Batista Figueiredo, o último militar imposto pela ditadura.

A partir de 1976, muitos foram os trabalhadores e trabalhadoras que passaram a se organizar e se mobilizar. A ditadura manifestava sinais evidentes de enfraquecimento. A organização popular crescia demonstrando, cada vez mais, o descontentamento do povo em relação aos rumos da política implantada no país. Lideranças classistas, comprometidas com a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, se propunham a substituir os velhos dirigentes sindicais comprometidos com os interesses do regime militar e dos patrões. As greves começavam novamente a fazer parte do cenário político brasileiro. As principais foram as de 79, 80 e 81, tendo como protagonistas os metalúrgicos do ABC paulista, liderados por Lula, que viria a ser, um pouco mais de duas décadas depois, Presidente da República.

Foi nessa conjuntura, que vencemos, no primeiro semestre de 81, a eleição da diretoria do SINPRO Campinas e região. Após a posse, procuramos fortalecer cada vez mais a entidade, organizar e mobilizar a categoria dos professores do ensino privado , assim como , participar intensamente da luta mais geral dos trabalhadores, tendo com bandeira principal o fim do regime militar e a conseqüente conquista da democracia.

Com a certeza de que as entidades sindicais devem desenvolver a luta econômica, a luta política e a luta ideológica, a nova diretoria do SINPRO se propôs a participar da organização mais geral dos trabalhadores e trabalhadoras. No mês seguinte à posse, em agosto de 81, realizou-se o maior evento sindical do pós-64, a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – CONCLAT. Tive a honra de participar da CONCLAT, ao lado de outros diretores do SINPRO, entre eles os professores Rubens Gabriel Abdal e Paulo Cosiuc. Participaram 5247 delegados de 1126 entidades sindicais de todo Brasil, um número muito significativo, sobretudo em se tratando de uma época em que muitos sindicalistas foram perseguidos, torturados e mortos pelo terror implantado no país. Durante o regime militar, cerca de dez mil sindicalistas foram banidos do movimento sindical.

A CONCLAT, mesmo unificada em várias reivindicações fundamentais do movimento sindical, demonstrou que havia divergências profundas no seu interior. A inclusão ou não do Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Joaquim dos Santos Andrade na Comissão Nacional Pró-CUT, dividiu a opinião dos participantes. Após intensos debates e conversas paralelas, chegou-se à conclusão de que a Comissão Nacional Pró-CUT deveria ser coordenada pelo Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo Jair Meneghelli, e pelo Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Joaquim dos Santos Andrade.

Lutamos, com todas as nossas forças, juntamente com outros sindicalistas classistas e que tinham a compreensão da importância da unidade, para que não houvesse a divisão orgânica do movimento sindical, para que houvesse uma única central sindical no Brasil. No entanto, isso não foi possível. Em 1983, a CUT foi fundada, tendo como seu primeiro Presidente, um dos coordenadores da Comissão nacional Pró-CUT, Jair Meneghelli, e em 1986, foi fundada a CGT, que teve como primeiro presidente, o outro coordenador da Comissão Nacional pró-CUT, Joaquim dos Santos Andrade.

Em junho 2010, participei da II CONCLAT, realizado no estádio do Pacaembu em São Paulo, proposto inicialmente pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB e assumida por outras 4 Centrais (CUT, FS, CGTB e NCST). Se na CONCLAT 81, a grande bandeira era o fim do regime militar e a conquista da democracia, na CONCLAT 2010, a grande bandeira é a conquista do Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho e Distribuição de Renda."

sexta-feira, 8 de julho de 2011

30 mil metalúrgicos saem às ruas contra a desindustrialização

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=158302&id_secao=8

Cerca de 30 mil metalúrgicos das cinco grandes montadoras do ABC paulista (Volkswagen, Mercedes Benz, Toyota, Scania e Ford), de outras fábricas da região e da cidade de São Paulo ocuparam as cinco faixas da pista local da Via Anchieta, em São Bernardo, na manhã desta sexta-feira (8). A novidade é que, em vez de cobrar reajustes salariais ou melhores condições de trabalho, a categoria cruzou os braços, de forma pacífica, a fim de alertar para a desindustrialização da economia.

(segue no link)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A CLASSE OPERÁRIA E A RESISTÊNCIA ARMADA À DITADURA MILITAR-CIVIL (1964-1985)

Começando as atividades do Martelos e Metralhadoras, colo a disposição minha monografia, que dá título ao post, defendida em dezembro no curso de História da universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Praticamente não existem trabalahos acadêmicos específicos sobre a atuação da classe operária e seu envolvimento com a luta armada nos anos 60 e 70; restando apenas alguns capítulos e comentários de alguns poucos autores ( destaco aqui " O FANTASMA DA REVOLUÇÃO" de Marcelo Ridenti e " A REVOLUÇÃO FALTOU AO ENCONTRO" de Daniel Aarão Reis Filho)
Tentei abordar, na primeira parte uma discussão sobre o conceito de classe operária, que defini o objeto analisado no resto da monografia. Depois analisei a atuação da classe operária em si mesmo, mas rompendo com a dicotomia entre sua atuação e a luta armada, dialogando com depoimentos e trabalhos publicados. Na terceira parte, procurei utilizar uma sistematização de dados que extrai do "DOSSIÊ DOS MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS" organizado pelos familiares e mortos e desaparecidos, contendo todas as vítimas da Ditadura, tendo a partir dessa fonte, analisar o perfil socioeconômico das vítimas e perceber a participação de operários entre estes.
Na última parte procurei a partir de um estudo de caso, de meus familiares operários que participaram da luta armada, entender mais de perto como se deu essa inserção de operários nesta estratégia de resistência.
Este trabalho de conclusão de graduação foi resultado de 3 anos de pesquisa e contou com apoio do CNPq.
Espero que apreciem e que comentem, debatendo, tirando dúvidas, acrescentando no que puderem e quiserem!
Grande Abraço!



http://www.4shared.com/document/8EHbxEkD/A_CLASSE_OPERRIA_E_A_RESISTNCI.html?

A Classe Operária e Resistência


(Devanir José de Carvalho, provavelmente em 1962, mais tarde líder do Movimento Revolucionário Tiradentes; assassinado em abril de 1971 pela repressão da Ditadura Militar-Civil)


O objetivo do blog é concentrar um acervo de documentação, de todo o tipo, e de demais fontes sobre a história da classe operária e em especial seus momentos de resistência, sem desconsiderar momentos cotidianos diversificados.
Esta é a continuação de uma pesquisa que desenvolvo já há três anos, sobre a atuação da classe operária na luta armada contra a Ditadura Militar-Civil, mas que não deve se restringir ao período de 1964 a 1976, e sim compreender o processo de resistência do proletariado urbano desde sua formação até os dias de hoje.
Como durante minha pesquisa me deparei com diversas monografias, dissertações, teses e artigos de modo geral, além de notícias e outros tipos de fonte, sobre a classe operária, surgiu, então a idéia de construir este espaço de concentração de fontes e ao mesmo tempo de debate sobre a produção acadêmica ou não.
Portanto pretendo postar tudo o que me deparar sobre a classe operária disponível na internet e lançando aqui no Blog Martelos e Metralhadoras!
Espero que gostem, comentem e usufruam o máximo!
Grande abraço a todos e a todas!