quinta-feira, 21 de julho de 2011

"Há 30 anos, renovação sindical e Conclat"

http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=4143&id_coluna=11


"Há 30 anos , em 15 de julho de 1981, o movimento de oposição à diretoria do Sindicato dos Professores de Campinas e região- SINPRO,assumiu a direção da entidade. Foram necessários cinco anos de luta constante, para que este objetivo fosse alcançado. Vivíamos um momento conjuntural, ainda com o país mergulhado na ditadura iniciada com o golpe militar de 1964. O Presidente da República era o General João Batista Figueiredo, o último militar imposto pela ditadura.

A partir de 1976, muitos foram os trabalhadores e trabalhadoras que passaram a se organizar e se mobilizar. A ditadura manifestava sinais evidentes de enfraquecimento. A organização popular crescia demonstrando, cada vez mais, o descontentamento do povo em relação aos rumos da política implantada no país. Lideranças classistas, comprometidas com a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, se propunham a substituir os velhos dirigentes sindicais comprometidos com os interesses do regime militar e dos patrões. As greves começavam novamente a fazer parte do cenário político brasileiro. As principais foram as de 79, 80 e 81, tendo como protagonistas os metalúrgicos do ABC paulista, liderados por Lula, que viria a ser, um pouco mais de duas décadas depois, Presidente da República.

Foi nessa conjuntura, que vencemos, no primeiro semestre de 81, a eleição da diretoria do SINPRO Campinas e região. Após a posse, procuramos fortalecer cada vez mais a entidade, organizar e mobilizar a categoria dos professores do ensino privado , assim como , participar intensamente da luta mais geral dos trabalhadores, tendo com bandeira principal o fim do regime militar e a conseqüente conquista da democracia.

Com a certeza de que as entidades sindicais devem desenvolver a luta econômica, a luta política e a luta ideológica, a nova diretoria do SINPRO se propôs a participar da organização mais geral dos trabalhadores e trabalhadoras. No mês seguinte à posse, em agosto de 81, realizou-se o maior evento sindical do pós-64, a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – CONCLAT. Tive a honra de participar da CONCLAT, ao lado de outros diretores do SINPRO, entre eles os professores Rubens Gabriel Abdal e Paulo Cosiuc. Participaram 5247 delegados de 1126 entidades sindicais de todo Brasil, um número muito significativo, sobretudo em se tratando de uma época em que muitos sindicalistas foram perseguidos, torturados e mortos pelo terror implantado no país. Durante o regime militar, cerca de dez mil sindicalistas foram banidos do movimento sindical.

A CONCLAT, mesmo unificada em várias reivindicações fundamentais do movimento sindical, demonstrou que havia divergências profundas no seu interior. A inclusão ou não do Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Joaquim dos Santos Andrade na Comissão Nacional Pró-CUT, dividiu a opinião dos participantes. Após intensos debates e conversas paralelas, chegou-se à conclusão de que a Comissão Nacional Pró-CUT deveria ser coordenada pelo Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo Jair Meneghelli, e pelo Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Joaquim dos Santos Andrade.

Lutamos, com todas as nossas forças, juntamente com outros sindicalistas classistas e que tinham a compreensão da importância da unidade, para que não houvesse a divisão orgânica do movimento sindical, para que houvesse uma única central sindical no Brasil. No entanto, isso não foi possível. Em 1983, a CUT foi fundada, tendo como seu primeiro Presidente, um dos coordenadores da Comissão nacional Pró-CUT, Jair Meneghelli, e em 1986, foi fundada a CGT, que teve como primeiro presidente, o outro coordenador da Comissão Nacional pró-CUT, Joaquim dos Santos Andrade.

Em junho 2010, participei da II CONCLAT, realizado no estádio do Pacaembu em São Paulo, proposto inicialmente pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB e assumida por outras 4 Centrais (CUT, FS, CGTB e NCST). Se na CONCLAT 81, a grande bandeira era o fim do regime militar e a conquista da democracia, na CONCLAT 2010, a grande bandeira é a conquista do Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho e Distribuição de Renda."

sexta-feira, 8 de julho de 2011

30 mil metalúrgicos saem às ruas contra a desindustrialização

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=158302&id_secao=8

Cerca de 30 mil metalúrgicos das cinco grandes montadoras do ABC paulista (Volkswagen, Mercedes Benz, Toyota, Scania e Ford), de outras fábricas da região e da cidade de São Paulo ocuparam as cinco faixas da pista local da Via Anchieta, em São Bernardo, na manhã desta sexta-feira (8). A novidade é que, em vez de cobrar reajustes salariais ou melhores condições de trabalho, a categoria cruzou os braços, de forma pacífica, a fim de alertar para a desindustrialização da economia.

(segue no link)